Segundo dia de evento trata de questões relacionadas à presença das mulheres e

da população LGBT no cárcere e medidas socioeducativas

 

O último dia do “1° Seminário do Sistema Prisional do Estado do Rio de Janeiro: desafios e perspectivas”, que ocorreu nesta sexta-feira (27), realizado pela Defensoria Pública do Rio de Janeiro (DPRJ) com a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap-RJ) debateu na sua mesa de abertura a “Privação de liberdade, trabalho e educação”, essencial para compreender o sistema penitenciário do Estado, mas sobretudo, o processo de ressocialização. 

Com a mediação de Janaína Abdalla, diretora da Escola de Gestão Penitenciária (Seap-RJ), a primeira mesa contou com a presença da jornalista e pesquisadora do Instituto Igarapé, Dandara Tinoco, do presidente da Fundação Santa Cabrini (Seap-RJ), Eduardo Gameleiro e da professora e pesquisadora da UFF, Sandra Maciel. Gameleiro contou um pouco de sua experiência dizendo que “o vestibular é a janela de oportunidade, pois tiveram muitos que entraram no sistema prisional analfabeto e saíram direto para a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj). 

— Quando a gente pensa em educação e trabalho, temos que entender que o trabalho não é só a forma de sobrevivência da pessoa, mas a possibilidade de mudança interna do sujeito — complementou a mediadora da mesa, Janaína Abdalla. 

O auditório estava lotado de profissionais penitenciários, como diretores e inspetores, e também muitos ex-presos que estavam lá para compartilhar suas experiências, como Ronaldo Monteiro, que explicou a importância da intervenção estatal para a recuperação dos egressos.

— É preciso ter alguém que apoie, e sobretudo, precisa ter o braço do Estado —  explica Ronaldo.

Já na segunda mesa do dia, foi debatido “Mulheres e população LGBT no cárcere” e o que esses grupos têm em comum. A mesa foi composta pela professora e pesquisadora da Uerj, Anna Paula Uziel, pelo pesquisador da Fiocruz e Diretor da Divisão de Apoio a Saúde e Cidadania LGBT (Seap-RJ), Carlos Renato Alves, pela professora e pesquisadora da Famesc e da Unirio, Fernanda Curcio, pela coordenadora de Defesa dos Direitos da Mulher da DPRJ, Flávia Nascimento, e como mediadora, a coordenadora do Núcleo de Defesa da Diversidade Sexual e Direitos Homoafetivos (Nudiversis) da DPRJ, Letícia Furtado. 

 A alocação de travestis e transexuais nos presídios e a prisão de mulheres por tráfico de drogas são exemplos das problemáticas discutidas pelos convidados.

— Questionar o que é uma política de gênero é pensar nas desigualdades para saber como atuar através delas — ressalta Fernanda Curcio. 

Na parte da tarde, o evento ainda contará com sua última mesa para debater “Sistema de Justiça Criminal”, que será composta pelo coordenador do Núcleo do Sistema Penitenciário (Nuspen), Marlon Vinicius de Souza, como o mediador desta mesa, pelo promotor de justiça e professor da Faculdade Nacional de Direito da UFRJ, Tiago Joffily, pela coordenadora de classificação do Seap-RJ, Sayonara de Andrade, pelo juiz e coordenador do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e do Sistema de Execução de Medidas Socioeducativas do Paraná (GMF/PR).

 

Texto: Julliana Reis 



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