A aula inaugural do terceiro módulo do curso "Migração em Debate" teve uma participação muito especial nesta segunda-feira (7). O haitiano Robert Montinard, que teve que deixar seu país por conta do terremoto que assolou o Haiti em 2010, compartilhou sua experiência. 

O curso, que é uma parceria da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro com as Aldeias Infantis SOS, organização internacional que acolhe refugiados venezuelanos, tem como objetivo ensinar políticas públicas e rede de apoio, proteção e assistência disponível para imigrantes, refugiados, solicitantes de refúgio e apátridas no Brasil. com ênfase no Estado do Rio de  Janeiro.

Robert Montinard, conhecido como Bob, é articulador e mediador de conflitos, produtor cultural e fundador da Mawon, uma ONG criada em 2012 para promover direitos e auxiliar na integração socioeconômica dos migrantes e refugiados.
— A Mawon, apesar de ter sido fundada por mim, que sou do Haiti, não é uma associação apenas para haitianos. A gente reúne pessoas de várias nacionalidades. Estar em rede é o que nos fortalece — destacou Bob durante o encontro, reforçando a importância da atuação coletiva e da presença da sociedade civil organizada nos espaços de discussão sobre migração.

Composto por cinco módulos, o curso teve início em setembro de 2024 com um panorama acadêmico sobre o conceito de imigração no contexto mundial, evoluindo para um foco no Brasil. A cada módulo, o curso se torna mais prático e aplicável ao dia a dia. 

Ao longo das aulas, os participantes terão a oportunidade de aprofundar seus conhecimentos em diversos eixos temáticos, como história e legislação sobre migração, refúgio e apatridia; regularização migratória; atuação em rede e acesso à justiça e participação social na implementação das políticas públicas voltadas para as pessoas migrantes.

A primeira aula do terceiro módulo aconteceu na sede administrativa da Defensoria (na Avenida Marechal Câmara, 314, quarto andar, no Centro do Rio). Além de especialistas e profissionais da rede de apoio, o curso também conta com a participação ativa de imigrantes e refugiados. 

Responsável pelo curso, a Defensora Pública Gislaine Kepe, do Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos da DPRJ, conta que a capacitação é importante não só para os profissionais que trabalham neste setor, mas para toda a população.

— O curso surgiu com a ideia de levar conhecimento sobre o tema imigração e refúgio para a sociedade em geral, especialmente para os servidores públicos municipais que lidam diretamente com essa população. Além disso, também é voltado para os próprios imigrantes — destaca a Defensora Gislaine Kepe.



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