Mãe aguarda atendimento no mutirão realizado em Campo Grande 

 

“Estou aqui mais uma vez para tentar a vaga da minha filha na creche, a Maria Eduarda, de três aninhos. Fiquei sabendo do mutirão através de uma colega e isso é muito bom. Pretendo voltar ao mercado de trabalho assim que eu conseguir a vaga, e esse mutirão tem nos ajudado muito”. A declaração é de Francisca Aniele, de 35 anos, uma das participantes do Mutirão Vaga em Creche, promovido pela Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro (DPRJ) neste sábado (8), nas sedes da instituição em Jacarepaguá e Campo Grande. Ao todo, a ação atendeu 125 famílias, sendo 96 em Jacrepaguá e 29 em Campo Grande.

O mutirão tem o objetivo de garantir a matrícula de crianças de até três anos na rede pública municipal, auxiliando famílias que enfrentam dificuldades no acesso às creches. O atendimento foi realizado mediante agendamento prévio.

Geovane Bezerra da Silva, que também foi atendido na ação, já havia garantido uma vaga para seu filho de sete anos por meio da Defensoria e voltou a buscar assistência para o outro mais novo. Ele destacou a dificuldade em conseguir vagas nas fases regulares do processo de inscrição.

— Eu acredito que vai dar certo. Tem que dar, ele precisa ir para a creche. As crianças têm que ter contato com outras crianças. Estou confiante que vou conseguir sim. Através do mutirão, eu já consegui uma vez e vou conseguir novamente — destacou.

Rafael Augusto Souza de Jesus, outro participante do mutirão, contou que fica em tempo integral com a filha de três anos. Para ele, a obtenção de uma vaga para sua filha será importante para que ela possa interagir com outras crianças e para que ele possa dar sequência a um tratamento de saúde.

— A minha experiência de tentar inscrever minha filha na creche foi horrível. Não consegui. Eu fiquei sabendo do mutirão através de um agendamento que eu fiz pela Defensoria e eles me deram essa oportunidade de participar através do meu cadastro no aplicativo. Foi fácil fazer o agendamento. Eu acredito muito que eu consiga, através do mutirão, a vaga na creche para minha filha — contou.

Tamiris da Silva Bezerra também buscou atendimento no mutirão. Mãe solo e atípica, ela enfrenta desafios diários para garantir que seus três filhos, dois deles com deficiências, tenham acesso à educação infantil.

— Eu sou mãe atípica, tenho 26 anos, tenho filho com múltiplas deficiências, outro com autismo e TDAH, e a mais nova está em investigação para descobrir o que tem. Sou nova residente em Guaratiba e acabei perdendo a data de inscrição. Fui às escolas, conforme me instruíram, mas lá dizem que já estão superlotadas. Vim na Defensoria para conseguir vaga para as crianças, porque é um direito nosso. Será um grande apoio para mim, já que sou mãe solo e preciso levá-los aos tratamentos. O grande desafio, além de conseguir a vaga, é também obter um mediador, essencial para a permanência de crianças especiais na escola. Outro problema é que em Guaratiba as creches só oferecem meio período, o que dificulta a rotina de trabalho dos pais — relatou.

A defensora pública Mirela Assad, coordenadora de Programas Institucionais da DPRJ, informou que a busca por vagas em creches tem sido crescente e que, em 2024, os mutirões atenderam centenas de famílias. A Defensoria também ajuíza ações para garantir o direito à educação infantil, seguindo determinação do Supremo Tribunal Federal (STF).



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