Defensoria visita CAPS em São Francisco e Bom Jesus de Itabapoana
A iniciativa faz parte do Projeto RAPS, que tem como objetivo mapear a situação da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) nos municípios fluminenses e fortalecer a política pública de saúde mental.
As visitas foram realizadas pela Subcoordenação de Saúde e pelos 1º e 10º Núcleos Regionais de Tutela Coletiva da DPRJ. A primeira unidade visitada foi o CAPS de São Francisco de Itabapoana, município localizado no Norte Fluminense, com aproximadamente 45 mil habitantes.
No local, as equipes da Defensoria Pública, que contaram com a participação do assistente social Lucas Accioli e da psicóloga Alessandra Soares, conversaram com a diretora da unidade e levantaram informações sobre a dinâmica e o volume de atendimentos, alimentação dos usuários, atividades em grupo e integração do CAPS com outras estruturas do SUS.
— Foi possível constatar que há problemas a serem resolvidos, sobretudo relacionados à necessidade de um veículo para a realização de atendimentos domiciliares, em um município predominantemente rural como São Francisco — destacou a defensora pública Luíza Maciel, subcoordenadora de Saúde da DPRJ, que acompanhou as visitas. Segundo ela, todas as demandas observadas serão consolidadas em relatórios técnicos.
A defensora pública Carolina Henning, que atua no 1º Núcleo Regional de Tutela Coletiva, ressaltou a importância da interlocução entre os diferentes serviços da RAPS e da consolidação do modelo de atenção psicossocial.
— Esse processo de visita e aproximação com as equipes dos CAPS é muito importante para fortalecer a política pública antimanicomial, sobretudo em uma região que contou com dois hospitais psiquiátricos e, por muito tempo, atuou em uma lógica hospitalocêntrica. Os principais desafios permanecem sendo a maior interlocução entre a atenção psicossocial especializada e os demais pontos de atenção da RAPS, como o serviço hospitalar de referência e a reabilitação psicossocial, além do fortalecimento do matriciamento com a atenção básica — explicou.
Demandas Críticas
Em seguida, as equipes da Subcoordenação de Saúde e do 10º Núcleo Regional de Tutela Coletiva visitaram o CAPS Adulto e o CAPS I de Bom Jesus de Itabapoana. Atualmente, o CAPS I atende exclusivamente pacientes infantojuvenis, já que o município não possui quantidade populacional suficiente para a instalação de um CAPSi.
As visitas identificaram demandas críticas no CAPS Adulto, enquanto o cenário no CAPS I se mostrou mais positivo, com grande comprometimento das equipes com o equipamento e seus usuários.
— Especialmente em uma cidade como Bom Jesus, que possuía o único hospital psiquiátrico da região e ainda possui forte cultura hospitalocêntrica no trato com questões de saúde mental, é muito importante que a Defensoria se faça presente, estabelecendo diálogo com os trabalhadores da saúde mental e identificando pontos de melhoria nos equipamentos da RAPS — destacou a defensora pública Luiza Sancho, do 10º Núcleo Regional de Tutela Coletiva.
As visitas contaram ainda com a participação da engenheira Eliete Machado da Silva, do setor de Engenharia Legal da DPRJ, responsável pela análise das condições estruturais, de higiene e de conservação das unidades, além dos servidores da 2ª Defensoria Pública de Bom Jesus de Itabapoana, Thales Antunes e Vitor Furtado.
Os relatórios técnicos serão finalizados nos próximos dias e encaminhados aos municípios para que as irregularidades identificadas sejam ajustadas, contribuindo para a melhoria dos serviços prestados à população.
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