Defensoria realiza posse popular de defensoras(es), em Belford Roxo
“De 17 milhões de habitantes, nós temos 11 milhões de pessoas pobres e muito pobres no Rio de Janeiro, então, precisamos lutar contra essa desigualdade e estar presente nos territórios”, disse a defensora pública-geral, Patrícia Cardoso, na cerimônia de abertura da posse popular das(os) 35 novas(os) defensoras(os) aprovadas(os) no XXVIII Concurso da instituição. O evento foi realizado neste sábado (7), na ONG "Sim! Eu Sou do Meio", em Belford Roxo, um dos maiores municípios da Baixada Fluminense, e contou com a participação de lideranças comunitárias.
A coordenadora da ONG anfitriã "Sim! Eu Sou do Meio", Débora Silva, destacou a importância da Defensoria Pública em sua trajetória, principalmente durante a pandemia, período que classificou como o mais difícil de sua história como liderança comunitária. “Foi a primeira instituição que olhou para gente e enxergou as quase 500 mil pessoas que vivem aqui”, afirmou.
Além do apoio fundamental oferecido às comunidades, a ouvidoria externa da Defensoria também tem sido um elo essencial para garantir a aproximação entre a instituição e a sociedade civil. A ouvidora-geral, Fabiana Silva, destacou o compromisso com a transparência e a escuta ativa das demandas sociais.
— A Defensoria tem um trabalho muito especial de aprendizado e formação com as lideranças locais. Esse diálogo nos ajuda a elaborar ações direcionadas para as reais necessidades de cada comunidade — afirmou a ouvidora, frisando a importância do trabalho contínuo na construção de uma comunicação direta com as populações mais vulneráveis.
O primeiro colocado do concurso, Pedro Henrique Terra, representou as(os) colegas e conduziu o juramento de posse. O defensor reforçou o comprometimento de uma atuação voltada à garantia de direitos e a responsabilidade do exercício do cargo, visando a cidadania plena e a promoção do acesso à justiça.
Também estiveram presentes, representando a Defensoria, o subdefensor público-geral de gestão, Marcelo Leão; a subdefensora pública-geral institucional, Cíntia Guedes; a corregedora-geral, Katia Varela; e a chefe de gabinete, Alessandra Bentes.
PARTICIPAÇÕES ESPECIAIS
O evento contou com uma apresentação especial da companhia teatral da ONG “Mundo Novo”, da baixada fluminense. A ONG que tem como objetivo transformar a vida de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social, principalmente com dificuldade de acesso à educação. A peça, intitulada “Eu só quero é ser feliz”, fez uma alusão aos sonhos de pessoas que residem nas comunidades do Rio de Janeiro.
— Sempre vi a favela sendo retratada de forma agressiva nas peças e esse espetáculo maravilhoso tem um impacto muito grande porque fala sobre a realidade que não é vista, sobre jovens da favela que também querem sonhar e podem desejar realizar muitas coisas — contextualizou o diretor artístico da companhia, Rodrigo Veroll.
A participação de lideranças parceiras também abrilhantou o evento. Representantes de movimentos sociais, como Redes da Maré, Fórum de Cozinhas Solidárias, Geohídrica, liderança quilombola, tiveram seu espaço de fala e reforçaram a importância dessa rede de acesso à justiça que vem sendo construída com a Defensoria.
— Devemos pensar estruturalmente no acesso à justiça, que dialogue com o acesso a essa cidadania, olhando as demandas de cada realidade presente no estado — disse Tainá Alvarenga, da Redes da Maré.
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