Numa cerimônia realizada na manhã desta sexta-feira, 6 de setembro, a Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro instalou a fotografia do ex-defensor público-geral Rodrigo Pacheco na galeria de chefes institucionais. O evento, que aconteceu no auditório do segundo andar da sede administrativa, contou com a presença de ex-defensores públicos-gerais, defensores públicos e servidores que acompanharam a trajetória de Pacheco durante seus dois mandatos consecutivos (de 2019 a 2020 e de 2021 a 2022).

A defensora pública-geral, Patrícia Cardoso, abriu seu discurso destacando a liderança e a coragem de Rodrigo Pacheco, especialmente durante a pandemia de Covid-19. Patrícia falou sobre o orgulho de fazer parte de uma instituição que tem a coragem como um de seus pilares e ressaltou a importância de manter um projeto de Defensoria Pública comprometida com o serviço à sociedade. Ela também reconheceu o valor da colaboração e do apoio de colegas, enfatizando que ninguém consegue realizar nada sozinho.

– O mandato do defensor Rodrigo Pacheco ficou marcado pela coragem e pela dedicação com que a Defensoria do Rio atuou durante a pandemia de Covid-19, em todas as frentes possíveis. Foi também um período de grande contribuição para o fortalecimento institucional, com atualizações legislativas importantíssimas que permitiram a ampliação da estruturação dos órgãos, que se seguiu à criação de 120 cargos de servidores do quadro – ressaltou Patrícia.

O presidente da Associação de Servidoras e Servidores do Rio de Janeiro (Asdperj), Leonardo Quintão, também prestou homenagem a Pacheco, destacando sua contribuição para a consolidação da Defensoria como uma instituição inclusiva e respeitada pela sociedade civil.

– A Defensoria é sinônimo de batalha, é sinônimo de luta, é sinônimo de suor, e todos que passaram por aqui tiveram importância na história, na construção dessa grande instituição contemporânea que somos. O doutor Rodrigo Pacheco, além da sua personalidade ímpar e singular, primou na sua administração por uma Defensoria inclusiva, que pode fazer jus a uma casa construída por muitas mãos – afirmou Quintão.

A ouvidora-geral, Fabiana Silva, relembrou a importância do Circuito de Favelas por Direito, um projeto que se tornou emblemático na gestão de Pacheco. Ela destacou a aproximação da Defensoria com as comunidades e a superação de desafios históricos de preconceito. 

– O Circuito de Favelas por Direito nasceu de um processo de revitalização dos territórios de favela. A Defensoria é sinônimo de luta e é importante que estejamos cada vez mais próximos desses territórios, superando a visão elitista que, muitas vezes, afasta o acesso pleno à justiça. Se a gente hoje tem essa Ouvidoria, que tem uma mulher na frente dela, conduzindo esse processo, é porque você, nas gestões do Pedro e do Guilherme, fortaleceu e potencializou essa Ouvidoria –  destacou Fabiana.

Em discurso, Rodrigo Pacheco expressou sua gratidão à equipe que o acompanhou durante seus anos de liderança.

– Normalmente eu seguro o choro nas emoções, mas hoje está bem difícil – confessou. 

Ele agradeceu de forma especial à Patrícia Cardoso, ao gabinete e a todas as pessoas que fizeram parte de sua gestão. Pacheco refletiu sobre sua imagem na galeria, ponderando que, idealmente, o retrato deveria ser coletivo, representando todas as pessoas que contribuíram para o sucesso da Defensoria.

 – O ideal era que o retrato fosse das equipes... Seria impossível conduzir a Defensoria Pública sem ter toda uma equipe de suporte. Eu só tenho a agradecer. Estar à frente da Defensoria foi um privilégio. Apesar de tudo, foi muito divertido. A vida é feita de propósitos e liderar essa instituição me deu um propósito enorme. Minha jornada foi marcada por muita luta e muita gente parceira, e isso é algo que jamais esquecerei – disse Pacheco. 

Rodrigo também relembrou os desafios enfrentados, como a pandemia e a chacina do Jacarezinho, destacando a importância de resistir e defender os valores da instituição. 

– A instituição existe para isso, para bancar temas inegociáveis. Estarei sempre disponível para apoiar a Defensoria, mesmo que não mais em um cargo formal (na gestão), mas como um aliado leal e entusiasta da instituição. A coragem e a competência de Patrícia, minha sucessora, são admiráveis, especialmente em um ambiente de polarização e ressentimento. Sei que ela está à altura do desafio de gerir uma instituição que promove direitos humanos, e isso me dá muita confiança no futuro da Defensoria – ressaltou o defensor.

A cerimônia foi encerrada com o descerramento da fotografia de Rodrigo Pacheco na galeria de chefes institucionais, no Espaço Defensor, no terceiro andar da sede administrativa, eternizando o legado de sua gestão à frente da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro.

Texto: Jéssica Leal 



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