Em Queimados, menos de metade das crianças está com o calendário de vacinação em dia; atraso é maior nas doses de reforço. Problema se estende a municípios vizinhos

 

Queimados, na Baixada Fluminense, deve informar à Defensoria Pública do Rio, até a próxima sexta-feira (18), as providências adotadas para reforçar, ampliar e divulgar a estrutura de vacinação da população infantil, de modo a cumprir o Plano Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde. Menos da metade das crianças do município — 47,6% — está com o ciclo vacinal completo contra sarampo, tétano, poliomielite e outras doenças. 

— A baixa cobertura vacinal é um grande problema na Baixada Fluminense. Alguns setores resistem à vacinação, um resquício do que se constatou na pandemia.  O diálogo da Defensoria com as Prefeituras é fundamental para superarmos essa dificuldade — explica o defensor público Rodrigo Pacheco, que atua no 5º Núcleo Regional de Tutela Coletivo.

No último dia 11, Pacheco encaminhou ao município de Queimados recomendação de busca ativa de meninos e meninas ainda não vacinados; ampliação dos horários de funcionamento dos postos, inclusive nos fins de semana; montagem de unidades volantes em áreas de lazer e espaços públicos: e campanha de conscientização sobre a importância do calendário vacinal infantil.  

A recomendação foi feita dois dias depois de agenda com a secretária municipal de Saúde, Marcelle Nayda Pires Peixoto, que colaborou para o diagnóstico sobre os entraves ao avanço da vacinação. O 5º NRTC abarca ainda Itaguaí, Seropédica, Japeri, Mesquita e Nova Iguaçu, com os quais o defensor também está se reunindo, inclusive para discutir o baixo alcance da vacinação infantil.

Doses de reforço abaixo da média

Dados da secretaria municipal de Saúde requisitados pela Defensoria indicam que, nos últimos dois anos, na média, apenas 47,6% das cerca de 21 mil crianças de Queimados tomaram todas as doses obrigatórias, por faixa etária e por tipo de imunizante.

No município, abaixo da média da cobertura vacinal já crítica, estão a segunda dose da tríplice viral (sarampo/caxumba/rubéola), com somente 27,27% de alcance entre janeiro de 2021 e março desse ano.  

A aplicação do segundo reforço da tríplice bacteriana (difteria/tétano/coqueluche) não ultrapassa 39,57% do público alvo.  

O alcance da tríplice bacteriana em gestante (para imunizar mãe e bebê) é de 42,63%. A proteção contra febre amarela fica em 43,06%; e o segundo reforço contra poliomielite é de 44,23%.


Texto: Valéria Rodrigues



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