Encontros têm como foco religiões de matrizes africanas

 

O combate à intolerância contra religiões de matrizes africanas ganhou uma agenda própria na Defensoria do Rio neste mês de março. Nos próximos dias, a instituição realiza eventos ligados ao tema como parte da Semana de Conscientização do Combate ao Racismo Religioso, celebrada entre 21/03 e 24/03. 

Daniele da Silva e Magalhães, coordenadora do Núcleo de Combate ao Racismo e à Discriminação Étnico-Racial (Nucora), afirma que esses eventos colaboram com a visibilidade e promovem atenção necessária às lideranças religiosas de matriz africana.

— A Defensoria Pública é um instrumento fundamental para defesa dos grupos vulneráveis e o povo de terreiro necessita de um atendimento especializado, pois somam várias opressões além do racismo religioso — diz a coordenadora.

Na agenda da Semana de Conscientização do Combate ao Racismo Religioso, o 4º Núcleo Regional de Tutela Coletiva da DPRJ realizará rodas de conversas nos terreiros da Baixada Fluminense, com o objetivo de promover diálogos entre os povos de terreiros e os gestores públicos municipais, além da promoção da educação em direitos relacionadas a esse público.

A primeira roda de conversa, no dia 21 deste mês, será realizada no Centro Espírita Omolu Pai João e Malandrinho da Estrada em Belford Roxo, na Rua Sandra, nº 15, no  Parque Jordão, em Vila Rica. Já a segunda, dia 24, será no Terreiro Ilê Omolu Oxum da mãe Nilce em São João de Meriti, na Rua General Olímpio da Fonseca, nº 380, em São Mateus.

Segundo Thaís Lima, defensora pública do 4º Núcleo de Tutela Coletiva, a Defensoria Pública pretende conscientizar e cobrar dos demais agentes públicos medidas de reparação histórica e política, que garantam a segurança e o respeito para que todos possam proferir sua fé com dignidade.

— A Defensoria Pública atua também com o senso do dever de reparação de uma dívida histórica, uma vez que o Brasil instituiu, no passado, políticas públicas essencialmente racistas e que serviram à vulnerabilização do povo preto. — explica a defensora.

A programação também faz parte das ações que marcam o Dia Internacional Contra a Discriminação Racial e o Dia Nacional das Tradições das Raízes de Matrizes Africanas e Nações do Candomblé, ambos no dia 21 de março.

 

Texto: Thaís Soares



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