A DPRJ esteve presente, nesta quarta (8), no lançamento da 17ª edição do Dossiê Mulher, publicação do Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro (ISP) que analisa a violação de direitos das mulheres no estado. 

A publicação trouxe dados alarmantes e mostrou que o estado registrou, em 2022, aumento de cerca de 30% de casos de feminicídio em relação ao ano anterior. Esse é o maior número de ocorrências desde que o crime começou a ser registrado no Rio de Janeiro, em 2017. 

- Os dados dossiê mostram, ainda, que 80% das mulheres vítimas desse tipo de crime já viviam um ciclo de violência anterior e que, por uma série de motivos, não procuraram ajuda - destaca a defensora Matilde Alonso, coordenadora do Núcleo de Defesa dos Direitos da Mulher da DPRJ (Nudem), que aponta ainda a necessidade de melhoria de infraestrutura estatal no atendimento às mulheres vítimas de violência.

Também estiveram presentes no lançamento do Dossiê Mulher a defensora pública-geral, Patrícia Cardoso, e a defensora do Nudem, Márcia Fernandes, além da psicóloga e da assistente social do Núcleo, Pamela Rossy e Moema Bastos de Morais.  


Mulheres em espaços de poder

À tarde, Patrícia Cardoso, primeira mulher a ocupar o cargo de defensora pública-geral nos 68 anos de história da DPRJ, foi uma das convidadas do Seminário “Alguns desafios na (des)igualdade de gênero: combate ao assédio e violência, espaços de poder e saúde da mulher”, promovido pela Procuradoria Geral do Estado. A DPG esteve presente no evento na mesa que falou sobre “Mulheres e Espaços de Poder”. 

- Eu fiz questão de montar minha equipe de administração de forma majoritariamente feminina, pois a instituição é formada por 70% de mulheres. E é interessante observar como algumas das que convidei, declinaram por estarem com filhos pequenos, por exemplo, o que jamais seria uma questão para um homem. O fato é que já caminhamos muito, mas ainda temos muito o que melhorar, disse a defensora pública-geral durante a palestra.


8M lembrado também no interior

Em Volta Redonda, na região sul fluminense, o Dia Internacional da Mulher foi marcado pelo lançamento da cartilha “Escuta e apoio às mulheres com familiares no sistema prisional”. A publicação é uma iniciativa feita em parceria com a Prefeitura do Município, as Secretarias Municipais de Direitos Humanos e de Ação Comunitária, e as organizações sociais Fórum Justiça, Criola e Pastoral Carcerária. 

- O direito à informação para as mulheres com parentes no sistema prisional é uma extrema necessidade. Esse material hoje disponibilizado é apenas o primeiro passo da articulação entre várias instituições e grupos participantes do Projeto para oferecer formação sobre a dinâmica política, econômica e social envolvida no tema criminal, sobre racismo, preconceito e discriminação, razões para o quadro absurdo de encarceramento hoje existente no Brasil - define o defensor público João Helvécio de Carvalho, responsável pelo 2° Núcleo de Tutela Coletiva da região. 

Cerca de 80 pessoas estiveram no evento que reuniu também as defensoras públicas Luciene Torres, do Núcleo de Primeiro Atendimento de Volta Redonda, e Ana Luisa Araújo Moraes, que atua na Vara Criminal do município. A cartilha será distribuída, inicialmente, para as mulheres que já participaram da escuta na Secretaria Municipal de Direitos Humanos. Na sequência, as organizações parceiras do projeto devem começar a receber os exemplares.

Também em Volta Redonda, a Defensoria Pública esteve presente na segunda edição do evento Reaja Mulher que promoveu, gratuitamente, rodas de conversas, exposições temáticas, e consultoria psicológica e jurídica.

- Participar de um evento como este, organizado pela sociedade civil, com a presença de vários segmentos, traz a possibilidade de divulgar informações e trazer esclarecimentos sobre direitos e formas de acesso à Defensoria - conclui a defensora Luciene Torres. 
 



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