Defensoria e Vasco promovem ação social na Cidade de Deus
O sábado (03) foi de acesso à justiça para moradoras e moradores da Cidade de Deus, zona oeste do Rio de Janeiro. A Defensoria do Rio, em parceria com o Vasco da Gama e a ONG Nóiz, realizou uma ação social do projeto Minha Origem Nossa História, com atendimentos voltados para questões de família e reconhecimento de paternidade.
Mais de 140 pessoas inscritas previamente compareceram ao local do atendimento. Alexandre Herique Tavares, 43 anos, foi uma delas. Com uma pasta recheada de documentos, ele demostrava orgulho de finalmente reparar um erro: o de não ter seu nome registrado como pai de seus dois filhos.
- Eu não fui correto quando não fiz o registro deles. Hoje vim aqui tentar recuperar esse tempo em que me senti menos pai e que eles me cobraram tanto para estar mais presente, diz Alexandre.
Além de atendimento para reconhecimento voluntário de paternidade biológica, também foram oferecidos serviços de encaminhamento de processos pensão alimentícia, guarda e convivência de filhos. Era possível, ainda, agendar exame de DNA e participar de oficinas de educação em direitos sobre parentalidade responsável.
Nara Rayane Lopes, de 20 anos, foi à ação social com seu filho. A jovem buscava fazer um exame de DNA para comprovar a paternidade do pequeno Marlon, de apenas dois anos.
- Eu espero que com esse exame o pai volte a ajudar na criação do Marlon, que seja mais presente. Meu filho está aprendendo a falar e quero que "papai" seja mais que só uma palvra para ele, diz a jovem, emocionada.
O Minha Origem Nossa História é um projeto da Defensoria Pública do Rio que visa garantir o registro da paternidade a quem ainda não tem. A iniciativa busca ainda fortalecer os vínculos entre pais e filhos, e a reconstrução das histórias com mais afeto e responsabilidade dos pais, tendo o filho/a criança ou adolescente como prioridade Como explica Andrea Cardoso, coordenadora do Núcleo de DNA da DPRJ.
- Com o projeto estamos conseguindo garantir cidadania para a população. Hoje, 85% daqueles que participam das nossas oficinas efetivam o registro de nascimento de seus filhos, fazem acordos de alimentos e melhoram a convivência familiar, destaca.
Christiane Serra, coordenadora de mediação e práticas extrajudiciais da Defensoria, ressalta a importância da ação social para facilitar o acesso à justiça.
- Muitas vezes filhas(os) ficam sem o reconhecimento da paternindade ou sem o exercício de seus direitos por puro desconhecimento das pessoas sobre como resolver essas questões. E quando a gente fala em direitos, estamos falando também de cuidado, carinho, atenção e orientação. Tudo isso compõe a parentalidade responsável, que é o foco do projeto e dessa ação de hoje, conclui a defensora.
Além da Cidade de Deus, outra ação social com o mesmo objetivo está marcada para 01 de outubro, no estádio de São Januário. As inscrições podem ser feitas aqui.
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