A tristeza de uma avó sem conseguir ver os netos é o começo de uma história em que o diálogo solucionou conflitos. Em junho, R., que prefere não se identificar, procurou a Defensoria Pública do Rio de Janeiro em Bangu, para tentar regulamentar a visita à casa da nora. Mágoas familiares não permitiam o encontro, pautado em desentendimentos.

Ao atender o caso, a estagiária Danielle Ribeiro, percebeu que poderia percorrer caminhos que não necessariamente chegassem à justiça. No entanto, ao entrar em contato com a mãe das crianças e sugerir um acordo para que avós e netos voltassem a se encontrar, a resposta foi negativa.

Pouco tempo depois, ainda no mesmo dia, a história tomou um novo rumo: durante o preparo da ação de regulamentação, a nora de R. foi até a Defensoria, onde compartilhou seu lado da história. Na ocasião, mais uma vez, Danielle tentou resolver o conflito, com uma ponta de esperança. E teve sucesso: a assistida da DPRJ conta que, no mesmo dia, recebeu uma ligação da nora, as duas conversaram, e deixaram os ressentimentos para trás. R. e seu filho compareceram à Defensoria e informaram a desistência de seguir com o processo.

O caso é um exemplo da atuação da Defensoria Pública na busca por uma solução extrajudicial dos litígios. De acordo com a subcoordenadora da Coordenação de Mediação e Práticas Extrajudiciais da DPRJ (Comepe), Andrea Issa, o papel da instituição não se limita ao ajuizamento de ações e ao seu acompanhamento, especialmente em casos relacionados a questões familiares.

— É função da Defensoria a solução prioritária dos litígios de forma extrajudicial, ou seja, fora do ambiente do Poder Judiciário, a partir de uma atuação atenta e cuidadosa de toda equipe, inclusive dos estagiários — afirma a subcoordenadora da Comepe. — Esse caso foi um grande exemplo da importância do nosso papel, permitindo a construção de um entendimento entre as partes que, antes sequer era vislumbrado, com o retorno do diálogo e sobretudo com grande efetividade e benefício para todos os envolvidos — completa.

— Para mim, foi uma grande vitória ver a família unida, sem a necessidade de entrar com um processo, sem ver as crianças expostas, sabendo de uma briga das pessoas que elas mais amam. No final, ambas partes ficaram gratas — diz a estagiária Danielle Ribeiro.



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