Diversos integrantes de organizações da sociedade civil no Rio de Janeiro estiveram presentes em uma roda de diálogo que aconteceu na Defensoria Pública do Rio na última terça-feira (29). Com o objetivo de debater a Juventude e as Favelas, o encontro contou com a delegação da União Europeia, liderada pelo embaixador Ignacio Ybanez, e representantes da Human Rights Watch.

As organizações que estiveram presentes apresentaram seus trabalhos e falaram sobre as dificuldades que enfrentam diariamente com a violência policial e a falta de investimento em suas ONGs.  A participante Suellen Souza falou do nascimento do Coletivo Primavera, que tinha como objetivo tentar diminuir os impactos da Covid-19 na zona norte.

— Na favela a gente não morre só de covid na pandemia, a gente morre de tiro, de desespero e de fome. A gente não quer mais morrer e nem implorar por doações. Nós queremos transformar o nosso território sem precisar sair dele — disse.

—  Nós precisamos ouvir as pessoas que estão tendo seus direitos violados e construir mudanças a partir disso — completou a integrante do coletivo TETO, Ana Bivar.

Mortes por intervenção da polícia, prisões por reconhecimento fotográfico e dificuldades enfrentadas pelo comunicador da favela também foram pautas de discussão no encontro. No final da roda de conversa, o embaixador Ignacio Ybanez expressou sua admiração pelo trabalho realizado pelas organizações.

—  A relação da União Europeia com o Brasil não pode ser uma relação de submisão. Nós queremos construir uma parceria, que também inclui o diálogo com o governo, mas principalmente com vocês, a sociedade civil. Vocês fazem um trabalho único e transmitem uma força muito grande.

 

Texto: Roberta de Souza
Fotos: Jéssica Leal



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