Uma turma de 18 pessoas, todas em situação de rua ou alojadas em abrigos públicos, participa nesta segunda-feira, às 14h30, da aula inaugural do Projeto Acelerando a Escolaridade 2022, que tem por objetivos aprimorar a leitura, facilitar a compreensão de operações matemáticas básicas e oferecer conhecimentos gerais de história e geografia, além de noções de cidadania e de cuidados com a saúde.

Essa é a quarta edição da iniciativa promovida pela Defensoria Pública do Rio e que já atendeu cem homens e mulheres em extrema vulnerabilidade por falta de moradia e de acesso a direitos.

Ao longo dos próximos dez meses, os alunos e alunas do Acelerando a Escolaridade terão quatro encontros semanais, sempre de segunda a sexta-feira, das 14h30 às 16h, na sede da Defensoria Pública, na Avenida Marechal Câmara 314, Centro.  Ao final do ano letivo, aqueles que tiverem comprovado frequência igual ou superior a 60% receberão certificado de conclusão, presença e participação.

O conteúdo acadêmico será complementado por atividades culturais e educacionais.  Nas três primeiras edições do projeto, iniciado em 2017 e interrompido em 2020 por causa da pandemia de covid-19, as turmas assistiram a filmes, peças teatrais e palestras e visitaram museus, centros culturais e parques.

— O projeto tem o objetivo capacitar em direitos humanos pessoas em situação de rua ou que estão alojadas em abrigos públicos para potencializar a autonomia e o reconhecimento de si próprios como sujeitos de direitos. A ideia é eliminar ou diminuir as circunstâncias de vulnerabilidade do público-alvo, difundindo conhecimentos sobre cidadania e saúde pública, com incentivo aos alunos a realizarem provas de concurso e obterem diplomas por meio do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e do Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja) — explica Carolina Anastácio, coordenadora-geral de Programas Institucionais da Defensoria Pública.

Também são responsáveis pelo Acelerando a Escolaridade o Centro de Estudos Jurídicos (Cejur), o Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos (Nudedh) e a Fundação Escola Superior da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro (Fesudeperj), em cujas instalações serão ministradas as aulas.

O corpo docente é composto de profissionais graduados pelas principais universidades do Rio de Janeiro e por alguns voluntários, inclusive uma defensora e um defensor público aposentados.

Em dezembro de 2019, na formatura da última turma do Acelerando a Escolaridade, Pedro Paulo Santos, 52 anos, resumiu:

— Essa cerimônia é uma celebração pelo trabalho e dedicação de pessoas que, mesmo em uma situação social adversa, se esforçam para participar do projeto.



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