No “Encontro Temático” que aconteceu na manhã desta quarta-feira, a defensora pública Luciana Lemos, que coordena a região serrana, fez um relato emocionante sobre a intensa atuação da Defensoria Pública do Rio após as fortes chuvas que atingiram a cidade de Petrópolis no dia 15 de fevereiro. 

O evento foi transmitido pelo canal no youtube da DPRJ e teve como parceria da vez, a Coordenação de Saúde e Tutela Coletiva da Defensoria. Participaram as defensoras Thaisa Guerreiro, Alessandra Nascimento e Isabel Fonseca, com apresentação da defensora Adriana Britto. Durante a conversa, Luciana narrou em detalhes tudo o que aconteceu desde que a Defensoria recebeu a notícia da tragédia. 

“Nós nunca vimos uma chuva tão grande e com consequências tão graves na cidade. O que foi mais extraordinário e difícil de acreditar, é que a chuva destruiu lugares que a gente passava e que não imaginávamos que poderiam ser atingidos de uma forma tão forte. Eu posso dizer que foi umas das maiores tragédias que nós presenciamos, ainda mais pelo fato de que ela pegou todo mundo desprevenido, no auge do dia, as pessoas estavam se deslocando, saindo do trabalho, as crianças estavam saindo da escola, foi desolador” lembra a defensora.

A defensora também contou que o árduo trabalho que vem sendo realizado pelos defensores de Petrópolis começou imediatamente após o ocorrido. 

— Na terça-feira, nós já começamos a nos movimentar, mandamos mensagem para a administração dizendo tudo o que seria necessário mobilizar, e todos se prontificaram a ajudar. Nós ficamos emocionalmente muito abalados com tudo o que aconteceu e inicialmente a nossa maior preocupação era não interromper o serviço público e conseguirmos nos organizar para visitar os pontos de apoio, os abrigos, e atender aqueles que foram mais atingidos — disse Luciana.

Trabalho conjunto

Durante a conversa, a coordenadora de Saúde e Tutela Coletiva, Thaisa Guerreiro, lembrou que a DPRJ vem realizando uma força-tarefa que conta com o trabalho conjunto dos núcleos da Instituição. 

Além da criação de diversos polos de atendimento espalhados pela cidade e também junto ao IML e ao Clube Petropolitano, onde está sendo realizado o mutirão de teste de DNA para reconhecimento das vítimas, a Coordenação de Saúde e Tutela Coletiva em conjunto com o 8ºNRTC também encaminhou uma série de ofícios para as Secretaria Municipais e Estaduais de Assistência de Saúde, para o Gabinete de Crise e para a Casa Civil cobrando ações efetivas do poder público para enfrentamento da tragédia. 

— Como as esferas do poder público não se planejaram para essa emergência socioassistencial, ou seja, não executaram as ações necessárias em uma fase de pré-emergência no planejamento das mais diversas políticas públicas, o que era necessário por se tratar de uma área que já passou por enchentes e deslizamentos anteriores, a DPRJ oficiou diversas secretarias, sobretudo a de assistência e saúde, solicitando a criação de um gabinete de crise e de um plano de emergência que elabore, de início, um diagnóstico com o mapeamento de todos os impactos socioeconômicos e ambientais assim como um levantamento das necessidades individuais e coletivas da população abrigada nos diversos pontos de apoio da cidade —explicou Thaisa.

O Encontro Temático é realizado pelo Centro de Estudos Jurídicos em parceria com as Coordenações Temáticas com apoio Fundação Escola Fesudeperj. O evento acontece quinzenalmente, sempre às quartas-feiras, com transmissão no canal do youtube da DPRJ.

Veja a transmissão completa aqui: https://bit.ly/36EGB3K

Texto: Jéssica Leal.



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