Solidariedade. Esse foi o sentimento que uniu Livia França, coordenadora da Região 12 da Defensoria Pública do Rio, e duas estagiárias da DPRJ junto à Vara da Infância e da Juventude da Comarca de Campos dos Goytacazes. Juntas, elas criaram uma campanha de arrecadação que já distribuiu cestas básicas a 30 famílias de jovens atendidos pelo Centro de Recursos Integrados de Atendimento ao Adolescente (Criaad) de Campos. 

O projeto começou em setembro, durante uma visita de rotina. À época, a defensora Livia França estava atuando junto à execução de medida socioeducativa de semiliberdade dos 18 adolescentes e jovens da unidade. 

— Nós chegamos à unidade e encontramos jovens cujas famílias estavam com dificuldades de se alimentar, de ter acesso ao básico. Tomar conhecimento daquela situação despertou a nossa empatia, decidimos que era hora de agir — lembra Lívia.

A defensora contou que as famílias da maioria dos jovens internados estão em situação de vulnerabilidade socioeconômica. Esse acaba sendo um fator para que muitos adolescentes e jovens entrem para o crime. 

Com essa realidade em mente, as estagiárias da Defensoria da Infância de Campos Letícia Ferreira e Isabelle Teller criaram, em setembro, uma campanha interna para arrecadar fundos. As doações chegaram rapidamente, tanto de servidores e defensores de Campos dos Goytacazes quanto de outras comarcas. 

No mesmo mês, elas conseguiram verba suficiente para montar dez cestas básicas, que foram distribuídas para familiares de adolescentes e jovens atendidos na unidade. O projeto cresceu e, em outubro, a equipe da Defensoria, então liderada pela defensora Maísa Sampaio, aproveitou uma ação do Outubro Rosa no Criaad para distribuir mais 20 cestas. 

Com o valor que sobrou da ação passada e com os fundos que continuam arrecadando, a equipe planeja realizar mais uma doação na semana do Natal. A ideia é doar alimentos não perecíveis e brinquedos, estes para os filhos e os irmãos dos jovens socioeducandos. 

— É lindo ver tantos colegas se mobilizando para ajudar. Muitos daqueles adolescentes e jovens querem mudar de vida, mas precisam ajudar ou mesmo sustentar a própria família e, às vezes, cometem erros nesse caminho. Com o nosso apoio, talvez eles tenham mais disposição e tranquilidade para se reeducarem  — diz Lívia.



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