Ken Ukpabi, refugiado de Serra Leao, ao lado de sua esposa. O casal foi atendido durante ação social da Defensoria e da Cáritas Arquidiocesana

 

Ken Ukpabi, refugiado de Serra Leoa, chegou ao Brasil em 1999 fugindo da guerra. Sem sua família, que foi vítima do conflito, foi expulso de seu país sem saber para onde iria, chegando ao Centro do Rio sem conhecer nada da cidade e do nosso idioma. Hoje, 22 anos depois, Ken constituiu nova família com uma brasileira com quem tem dois filhos de 18 e 7 anos. O sonho do casal era oficializar a união, mas como Ken não tem passaporte e outros documentos que comprovem sua origem, os dois procuraram a Defensoria e, graças à ação social realizada nesta quinta-feira, conseguirão realizar o casório.
 
- Eu não sonho mais em voltar para Serra Leoa. Meu sonho agora está aqui, com minha esposa e meus dois filhos. Eu fui encaminhado para cá porque a Defensoria Pública estaria aqui hoje, eu vou ter a chance de resolver meu problema e ver meu sonho realizado - comentou o alegre Ken.
 
Ken é um dos 45 refugiados atendidos na ação social realizada pela Defensoria Pública do Rio de Janeiro (DPRJ), em parceria com a Cáritas Arquidiocesana. O evento ofereceu orientação jurídica para diversos serviços como obtenção de documentos, pensão alimentícia, guarda de filhos, casamento, divórcio, naturalização, atendimento médico, emprego e direito à moradia.
 
A ação foi realizada na sede da Cáritas, no bairro do Maracanã, e contou com o apoio do Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos (Nudedh). A ação social é parte do projeto Rota de Direitos, que visa estabelecer uma atuação conjunta, intersetorial e interinstitucional para atendimento de pessoas refugiadas, solicitantes de refúgio e imigrantes no Rio de Janeiro. Foram atendidos migrantes de diversos países como Venezuela, Colômbia, Togo e Síria.
 
Henry Rafael, refugiado venezuelano que chegou ao Brasil em 2013, fugindo da perseguição política, também procurou a Defensoria através da ação, para conseguir atendimento para sua filha de 2 anos. A criança está com problemas na dentição e precisa de atendimento médico, mas Henry está tendo dificuldade para conseguir pelo SUS. Além da garantia do direito à saúde, Henry também busca a naturalização. 

Henry Rafael, refugiado Venezuelano


 
No último levantamento do Ministério da Justiça e Segurança Pública, divulgado em junho deste ano, identificou 60 mil pessoas refugiadas vivendo no Brasil. A Defensoria acompanha o cenário com atenção. Em 2021, a instituição divulgou um levantamento sobre o fluxo de migrantes em Caxias e publicou uma versão em espanhol da cartilha “Pessoas Refugiadas e Solicitantes de Refúgio no Brasil”. 
 
A Defensora Gislaine Kepe, do Nudedh, esteve presente na ação e destacou a importância do atendimento aos refugiados. Para ela, a garantia do direito a essa população, que busca recomeçar suas vidas no Brasil, será sempre alvo de apoio da Defensoria Pública. 
 
Fotos do evento: https://www.flickr.com/photos/dpgerj/albums/72157720184475140

 

Texto: Igor Santana



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