A pedido da Defensoria Pública do Rio, o Ministério Público Federal (MPF) vai voltar a investigar o caso do menino João Pedro Mattos Pinto, de 14 anos. Amanhã (18) faz um ano que o adolescente foi morto durante uma operação conjunta das polícias Federal e Civil, no Complexo do Salgueiro, comunidade de São Gonçalo.
 
Inicialmente, a investigação da morte de João Pedro foi promovida pelo Ministério Público Estadual e pelo Ministério Público Federal. Depois, por indícios de que a morte teria sido provocada por policiais civis (e não federais), o MPF deixou o caso. A investigação estadual continua, mas está estagnada. 
 
Em outubro de 2020, a Defensoria esteve presente na reprodução simulada do caso, mas, de lá para cá, a investigação não avançou. 
 
— O caso está paralisado praticamente desde a reconstituição e, desde então, a gente sequer tem o laudo. A gente tem uma série de irregularidades gravíssimas, como a não preservação da cena do crime, destruição de provas, manipulação da cena. Nenhuma testemunha foi ouvida, tampouco foi pedida qualquer medida cautelar, como quebra de sigilo. A gente tem tido dificuldade de promover o andamento da investigação — explica o subcoordenador do núcleo de defesa dos direitos humanos, Daniel Lozoya. 
 
A volta do MPF ao caso também deu ânimo à família de João Pedro, que cobra uma resposta do caso.

— Nós estamos todos muito tristes com essa situação, pois a minha família ainda não teve a resposta que a gente esperava. Estamos esperançosos de que agora a investigação seja concluída — ressalta Neilton Pinto, pai de João Pedro. 
 
A expectativa da Defensoria é de que a investigação esclareça todas as circunstâncias da morte de João Pedro e apure de forma eficaz a conduta dos agentes que participaram da operação, cujo objetivo era cumprir dois mandados de busca e apreensão contra lideranças de uma facção criminosa em São Gonçalo.

Texto e foto: Jéssica Leal.



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