Na semana do Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial, a Defensoria Pública do Rio de Janeiro (DPRJ) vai lançar, durante um webinar, o primeiro Censo Étnico-racial da instituição. A iniciativa visa a produção de um diagnóstico oficial das relações raciais no órgão, para planejar políticas eficazes para um ambiente de maior diversidade e mais democrático racialmente. O evento acontecerá no dia 22 de março, às 11h, e será transmitido pelo canal da DPRJ no Youtube.
 
A criação do censo, que será aplicado por meio de um formulário, é uma iniciativa da Coordenação de Promoção da Equidade Racial (Coopera), junto ao Grupo de Trabalho de Monitoramento das Políticas Institucionais de Promoção da Equidade Racial (GT Coopera). O censo gerará um mapa da Defensoria sob o ponto de vista da raça/cor, e possibilitará ações para melhoria das dinâmicas raciais da instituição, desde as relações de trabalho até o atendimento aos assistidos. A iniciativa também tem por objetivo provocar conscientização e reflexão sobre a problemática do racismo em todos os integrantes da DPRJ.
 
- O formulário tem perguntas sobre a pertença racial de cada integrante da Defensoria; origem social e familiar dos profissionais para saber como questões sociais e familiares afetaram as diferentes raças até o ingresso na DPRJ; e também perguntas sobre como esses profissionais enxergam as relações raciais, se já perceberam ou presenciaram situações de discriminação, se sentiram-se prejudicados ou privilegiados por conta da questão racial. Temos todos esses elementos no mapeamento para sabermos quem somos e como entendemos o racismo no funcionamento cotidiano da Defensoria, qual o nível de conscientização e reflexão da nossa categoria - pontuou a defensora pública à frente do Coopera, Lívia Casseres.
 
Criada em 2020, a Coopera é instrumento importantíssimo na garantia de direitos e oportunidades iguais para grupos raciais diferentes dentro da própria Defensoria, assim como para concretizar um olhar antirracista no acesso à justiça que é prestado à população. Embora diversos estudos acadêmicos já indiquem a gravidade do racismo institucional nas instituições do sistema de justiça, para a Coopera é indispensável um instrumento de avaliação da própria Defensoria para identificar pontos prioritários que demandam intervenção.
 
Todos os defensores(as), servidores (as), estagiários (as), comissionados (as) e residentes receberão o formulário online para preenchimento de suas informações. Além dos dados pessoais e informações de raça/cor do grupo familiar, também estarão presentes perguntas sobre a vivência de conflitos raciais de cada funcionário. O objetivo primordial é levantar informações que respaldem novas ações afirmativas e esclareçam os resultados daquelas que já foram implementadas.
 
-  A gente precisava fazer isso para entender com que ênfase precisamos desenvolver ações afirmativas, como elas podem ser aprimoradas para diversificar esse ambiente e principalmente democratizar a Defensoria pública - ressaltou Lívia.

Texto Igor Santana



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