No Dia Internacional contra a Discriminação Racial, celebrado na sexta-feira, 21, a Defensoria Pública reuniu em sua sede o poder público, a sociedade civil e militantes do movimento negro para debater as políticas adotadas para redução do racismo na 2ª Marcha Contra a Desigualdade Racial. Na ocasião, o Defensor Público Geral, Nilson Bruno Filho, anunciou a criação do Núcleo contra a Desigualdade Racial. O órgão é o 15° núcleo especializado da Defensoria e, em breve, atuará na garantia do acesso à justiça às pessoas que tiveram seus direitos restringidos por questões raciais.
 
“A Defensoria Pública se sente muito orgulhosa por trazer a sociedade civil e o poder público para conversar sobre essa questão e apresentar sugestões para que possamos reduzir cada vez mais a desigualdade racial”, afirmou Nilson Bruno.
 
O seminário destacou personalidades que dedicaram sua vida na luta contra o racismo. Inês Soares, viúva do presidente do Conselho Estadual dos Direitos do Negro (Cedine), Paulo Roberto dos Santos, o Paulão, e Tiago da Silva Oliveira, filho do policial civil José dos Santos Oliveira, receberam a homenagem póstuma das mãos do Defensor Público Geral. Também foi guardado um minuto de silêncio pelas mortes da policial militar Alda Rafael Castilho, assassinada em 2 de fevereiro, no Parque Proletário, na Penha, e de Claudia Silva Ferreira, morta no Morro da Congonha, em Madureira, no último dia 16 de março.
 
Na ocasião, o desembargador Paulo Rangel apoiou a iniciativa da Defensoria e afirmou que vai encaminhar para a presidente do TJ, Leila Mariano, a necessidade de expandir o debate na instituição.
 
“A Defensoria Pública foi a primeira instituição a abrir espaço para que esta marcha se iniciasse, mas penso que, em se tratando de marcha, devemos ir adiante, avançar para outras instituições, como exemplo, a Magistratura. O Ministério Público também deve abrir espaço na sua casa, as Polícias Militar e Civil também. É na ponta que esses problemas serão discutidos e, se esses profissionais não estiverem atentos, não forem chamados para reflexão para que nós possamos compreender como esse fenômeno se dá, não vamos conseguir avançar”, ressaltou o desembargador.
 
Já o coronel da Polícia Militar Ibis Silva Pereira, que representou o comandante geral da PM, José Luis Castro Menezes, comprometeu-se a propor o encontro sobre segurança pública e desigualdade racial na escola de formação de policiais. Para o oficial, a reflexão é necessária para acabar com a mentalidade racista, que para ele, ainda é dominante.
 
Após as palestras o Grupo Palco Mil Sonhos fez uma apresentação em homenagem aos 100 anos de Abdias do Nascimento. O evento foi inspirada na Marcha pelo Trabalho e Liberdade, protagonizada por Martin Luther King nos Estados Unidos, que completou 50 anos em 2013. A 1ª Marcha da Defensoria foi realizada em 11 de setembro passado.
 
Também compuseram a mesa de honra o coordenador do Nudedh, Francisco Horta Filho; a ouvidora geral da Defensoria, Darci Burlandi; a procuradora de justiça Flavia Araújo Ferrer de Andrade, o representante da Secretaria de Estado de Assistência Social e da Comissão de Igualdade Racial da OAB-RJ, Rogério Gomes; a ex-chefe de Polícia Civil, Martha Rocha; a delegada Liliane Lopes; o representante da Educafro, Leonardo Augusto da Conceição de Oliveira; o presidente do Grupo Palco dos Mil Sonhos, Leônidas Lopes, e a presidente da Adperj, Maria Carmem de Sá. 


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