A criação da Coordenadoria de Promoção da Equidade Racial (Coopera) da Defensoria Pública do Rio de Janeiro (DPRJ) é uma das iniciativas finalistas do desafio “Lideranças Públicas Negras”. O prêmio, promovido pela Catálise, faz parte do projeto “Onde estão os negros no serviço público” e valoriza ações que buscam garantir a equidade racial nas instituições.
 
O Desafio “Lideranças Públicas Negras” busca dar evidência para a pauta da representatividade e diversidade racial no serviço público através do mapeamento de ações de sucesso e liderança comandadas por negros nas estruturas governamentais e  que tenham como objetivo diminuir essa desigualdade. A ideia é dar visibilidade e representatividade aos negros no serviço público, principalmente nos cargos de maior relevância.
 
Além da Coopera concorrem quatro outras iniciativas que têm o mesmo viés na luta pela igualdade racial. Os avaliadores são especialistas e líderes negros que escolheram os finalistas a partir dos critérios de replicabilidade, impacto, visão de futuro e criatividade. A equipe vencedora, dentre os finalistas, será eleita por votação popular. Além do prêmio de R$10 mil, todos os integrantes das iniciativas mais bem colocadas serão convidados para entrar na rede de lideranças República.org.
 
A Coopera faz parte da estrutura de gestão da Defensoria do Rio de Janeiro desde agosto de 2020. A coordenadoria foi criada com o objetivo de desenvolver uma política de enfrentamento do racismo dentro e fora da instituição. Desde sua fundação já foi responsável por ações como o curso de formação antirracista, iniciativas para garantir equidade racial no concurso para a carreira da defensoria pública, webinares e a campanha “Defensoria Antirracista” nas redes sociais.
 
Para a coordenadora da Coopera, Lívia Casseres, a indicação ao prêmio mostra o quanto a criação da coordenadoria, a inovação e o compromisso institucional com a equidade racial no serviço público é importante não apenas para a DPRJ, mas para as diversas Defensorias de outros estados e da União, além de todo o sistema de justiça.
 
- Isso mostra como a criação de órgãos de governança do racismo institucional realmente significa um passo mais profundo e que tem que ser dado pelas instituições do sistema de justiça para avançarmos rumo a um modelo mais igualitário de acesso. Desde o enfrentamento dos mecanismos de racismo no interior dos órgãos governamentais, o combate aos estereótipos raciais e até o enfrentamento da hegemonia de grupos privilegiados nesses setores têm o potencial transformar positivamente a qualidade do serviço público e democratizar o acesso. Além de recrutar profissionais negros em maior quantidade, precisamos criar um ambiente de equidade. Eu acho que a seleção da COOPERA é um reconhecimento de que a Defensoria está caminhando e avançando nessa agenda e de que está construindo realmente uma história pioneira na temática da equidade racial - pontuou a defensora.



VOLTAR