Já está no ar mais um episódio do Acesso à Justiça, o podcast da Defensoria Pública do Rio. Nesta edição, vamos falar sobre a tragédia no Centro de Treinamento do Ninho do Urubu, que vitimou 10 atletas de base do Flamengo. Um ano e seis meses após a tragédia, trazemos os bastidores de como a Defensoria integrou uma força-tarefa, composta pelo Ministério Público e o Ministério Público do Trabalho, para negociar o pagamento de uma indenização por danos morais às famílias das vítimas.

O Brasil ainda tentava absorver a dor causada pelo rompimento da barragem de Brumadinho, em Minas Gerais, quando uma nova tragédia se abateu sobre o país. Era 8 de fevereiro de 2019 quando um incêndio destruiu o alojamento do Flamengo, levando consigo o sonho e a vida de 10 adolescentes com idades entre 14 e 16 anos, os chamados Meninos do Ninho. 

Para tentar atenuar um pouco todo esse sofrimento, a Defensoria, juntamente com o Ministério Público e o Ministério Público do Trabalho, conduziram as negociações de indenização com a diretoria do time. O objetivo era evitar ainda mais dor naquele momento. Seguiram-se reuniões com dirigentes e familiares, visitas ao local e até mesmo o apoio do Tribunal de Justiça, que atuou como mediador entre as partes. Mas, após o que pareciam avanços em direção a um desfecho positivo, a negociação acabou frustrada. O Clube recuou e não houve outra opção, além da via judicial. 

Um ano e seis meses depois, a reparação dos danos à comunidade do entorno e a indenização às vítimas que saíram feridas - tanto funcionários quanto atletas - ainda se arrastam. Em vez de uma solução coletiva, o clube optou por negociar individualmente com as famílias. Em dezembro de 2019, uma vitória importante obtida pela Defensoria na Justiça determinou o pagamento de pensão mensal de 10 mil reais a cada família, pelo menos até que os valores das indenizações sejam arbitrados. Embora o clube tenha recorrido duas vezes, a decisão foi mantida. A Defensoria continua acompanhando de perto os desdobramentos dessa tragédia, que deixou o futebol sem dez talentos. E 10 famílias sem os seus filhos.

O episódio contém relatos dos familiares das vitimas, jornalistas que cobriram o caso na época, além da participação da Coordenadora Cível da Defensoria, Cintia Guedes e  o Subcoordenador do Nudecon, Eduardo Chow. Ouça aqui o episódio.



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