A coordenadora do Núcleo contra a Desigualdade Racial (Nucora), defensora pública Lívia Cásseres, tomou posse como membro da Comissão Estadual da Verdade da Escravidão Negra na segunda-feira, 30, no salão nobre da sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), no Centro do Rio.

Segundo a coordenadora do Nucora, Lívia Casseres, o objetivo da comissão é lançar sobre o passado escravista a perspectiva do negro e reescrever este capítulo manchado da história do Brasil, de modo que o Estado reconheça os crimes praticados contra o povo africano e adote medidas reparatórias que sejam capazes de assegurar a igualdade estrutural na sociedade brasileira.

Para Lívia Cásseres, é necessário desmistificar o dito ambiente de cordialidade entre os povos que permeia a cultura brasileira. “Precisamos assumir que a identidade e memória de nosso país foram construídos ao custo da submissão de um grupo de pessoas alijadas até os dias de hoje do exercício de direitos e da participação no poder público, na política e na economia”, avalia.

A defensora pública e coordenadora do Nucora disse também que os integrantes da comissão vão realizar uma pesquisa que a articulará advogados, membros dos diferentes poderes e instituições públicas, a universidade e a sociedade civil organizada, numa configuração plural que reflete os diferentes espaços sociais nos quais o negro ainda luta por inclusão.

A comissão acredita que com a publicação do relatório final, o Estado Brasileiro será chamado a reconhecer a situação de opressão sob a qual ainda vive o povo afro-brasileiro. “Assim, poderemos garantir sem demora a participação equitativa nos espaços de tomada de decisão e o gozo em condições de igualdade de todos os direitos humanos”, finaliza a coordenadora Lívia Cásseres.



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