Trinta e cinco servidores e cinco defensoras públicas atenderam
cerca de 300 pessoas no mutirão por vagas em creches em Santa Cruz
 

 

Nem mesmo a chuva foi capaz de afugentar a determinação das 300 pessoas que procuraram o Núcleo de Santa Cruz da Defensoria Pública no último sábado (27) em mais um mutirão para pleitear vagas em creches e pré-escola do município do Rio de Janeiro. Não era necessário, mas alguns chegaram na noite anterior para garantir o lugar na fila. Às 9h30, quando o atendimento começou, cerca de 100 já esperavam para ser recebidos por um dos 40 servidores deslocados para o trabalho, sendo cinco defensoras públicas. 

O trabalho foi prejudicado pelos problemas apresentados no site de matrículas do município ao longo de toda a semana passada, que impediu a confirmação da negativa de vaga. Por esta razão, apenas aqueles que apresentaram documento impresso que comprovasse haver sido feita a tentativa de matrícula puderam formalizar a ação inicial. Ao todo, foram 226, além de 100 orientações jurídicas diversas e 20 emissões de ofício para certidões de nascimento – duas delas para outros estados. Também foram enviados pedidos de vaga para as Coordenadorias Regionais de Educação (CRE) em situações excepcionais.

Daniele, de 28 anos, tenta garantir a vaga para os gêmeos Vítor e Vitória

 

Chamava a atenção o número de mulheres na fila. Mães que não conseguem trabalhar por não ter onde deixar seus filhos. Caso de Daniele da Conceição, de 28 anos, que tenta garantir a vaga para os gêmeos Vítor e Vitória, que completam quatro anos em breve. Faz pouco mais de um mês que ela recuperou a guarda dos filhos. Agora, corre contra o tempo.

– Tenho até fevereiro para provar à Justiça que estou trabalhando de carteira assinada ou perco meus filhos de novo. Mas como vou trabalhar sem ter com quem deixá-los? –, questiona Daniele, mãe de outros dois filhos pequenos. Sem ajuda do pai das crianças, ela mantém a família com a venda de salgados.

Daniele foi atendida pela defensora Rachel Gonçalves Silva, subcoordenadora de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Cdedica) da Defensoria, que orientou a mãe sobre questões jurídicas relativas não apenas à vaga, mas também sobre a guarda dos filhos. Rachel atuou no mutirão juntamente com as defensoras Monica Clara Monteiro Hermes; Simone Haddad; Tania Maria Jardim e Cristina Radich, titular do núcleo. 

A subcoordenadora da Cdedica explicou que, caso não haja vaga disponível na rede municipal, a Prefeitura deve assegurar que a criança seja alocada em outra unidade por meio de convênios, inclusive com a rede particular. Todas as ações iniciais feitas no sábado serão encaminhadas para a 4ª Vara da Infância, a quem caberá decidir sobre cada caso.

Todas as ações iniciais feitas no sábado serão encaminhadas para a 4ª Vara da Infância

 

Veja fotos do mutirão no link goo.gl/mZmwSp



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