Como parte da programação do #MaioVerde, mês do defensor público e da Defensoria, realizamos, nesta terça-feira (17), uma roda de conversa com o mediador de conflitos e advogado americano, Victor Schachter. O debate, que teve como mediadoras a defensora pública Christiane Serra e a mediadora e advogada Vivian Gama, foi sobre as “estratégias atuais para a promoção de mediações eficazes e bem sucedidas”.

 

Victor Schachter é fundador e presidente da Foundation for Sustainable Rule of Law Iniciatives. Ele contou que foi advogado litigante por muitos anos nos EUA, até criar sua ONG para auxiliar a mediação em todo o mundo, de forma voluntária, a convite dos países.

 

- O Brasil tem mais de 100 milhões de processos. Vocês têm uma das melhores leis de mediação do mundo, o problema é como ela é executada e o papel da Defensoria é essencial nisso. É importante, antes de mais nada, apresentar e encorajar as pessoas a tentarem resolver seus problemas por meio da mediação de conflitos -, declarou o mediador americano.

 

Jennifer Brandt, advogada, mediadora e embaixadora da Foundation for Sustainable Rule of Law Iniciatives, acredita que a mediação é a melhor forma para resolver as demandas. 

 

- Todos os envolvidos acabam ficando mais satisfeitos quando a mediação é realizada. O perdão, a compreensão e o acordo possibilitam, muitas vezes, que as relações entre as pessoas sejam restabelecidas - , analisou Jennifer.

 

A mediadora Vivian Gama acredita que a mediação consegue chegar a soluções que os tribunais jamais imaginariam e que a abertura ao diálogo gera frutos muito proveitosos. Para a defensora Christiane Serra, trazer a experiência do mediador Victor Schachter para a Defensoria do Rio foi muito importante por possibilitar constatar que os desafios são os mesmos em todo o mundo: a resistência dos advogados, por ser uma alternativa ainda muito nova para nossa realidade.

 

- O papel do defensor é de ser um pacificador social e de possibilitar a educação em direitos. O desenvolvimento do trabalho da mediação depende das partes terem conhecimento sobre seus direitos e a formação do mediador requer dedicação e estudo constantes -, declarou a defensora Christiane Serra.

 

A Defensoria Pública do Rio está participando das negociações entre os estudantes secundaristas que ocupam as escolas do Rio e a Secretaria Estadual de Educação (Seeduc). Os encontros, que também contam com a participação do Ministério Público, têm como objetivo a busca de soluções para os problemas apontados pelos estudantes, como a reformulação da prestação do serviço educacional, a precariedade da alimentação, do material e do uniforme escolar, além da ausência de gestão participativa, entre outros. O defensor público Rodrigo Azambuja, da Coordenadoria de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Cdedica), também participou da roda de conversa e compartilhou sua experiência no caso das escolas ocupadas do Rio.

 

Foto: Erick Magalhães

Texto: Thathiana Gurgel



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