A Defensoria Pública do Rio de Janeiro (DPRJ) e a Associação de Doulas do Rio de Janeiro (ADoulasRJ) celebraram ontem (03) a assinatura do termo de cooperação que oficializa a atuação conjunta das instituições no combate a violência obstétrica. O objetivo da parceria é ampliar o projeto “Doulas a quem Quiser”, criado pela ADoulasRJ, e promover o debate e a conscientização sobre as diversas formas de violência de gênero que podem ocorrer durante a gestação, o parto e o puerpério. A subcoordenadora de Defesa dos Direitos da Mulher da DPRJ, Matilde Alonso, acredita que a ampliação do debate é fundamental para que as mulheres possam identificar situações de violência.

- Infelizmente, diante de uma realidade de desinformação, a violência obstétrica acaba sendo naturalizada pelo corpo médico e até mesmo pelas vítimas. Muitas vezes as mulheres sequer sabem que estão sofrendo esse tipo de violência - afirma. 

Além de promover o debate sobre o tema, a parceria fortalece a atuação da Defensoria Pública na defesa e garantia dos direitos da mulher. Para a coordenadora de Defesa dos Direitos da Mulher da DPRJ, Flávia Nascimento, a parceria representa um avanço na construção de políticas institucionais voltadas para mulheres em situação de violência de gênero.

- Essa parceria fortalece a atuação da Defensoria na defesa dos direitos da mulher e no combate a violência de gênero que atinge as mulheres mesmo durante a gestação, o parto e o puerpério - afirma.  

O evento contou ainda com a participação do defensor público-geral Rodrigo Pacheco e da presidenta da ADoulasRJ, Morgana Eneile, que acredita que a iniciativa é fundamental para para conscientizar a população e dar suporte à mulheres vítimas de agressão durante o ciclo gravídico-puerperal. O defensor público-geral ressaltou que a iniciativa é um marco para a Defensoria Pública e para a missão de aproximar a instituição das demandas da sociedade civil. 

- Esse evento é importante para celebrarmos essa parceria que é um marco para Defensoria Pública e para atuação na defesa dos direitos humanos e no direitos da mulher - esclarece. 

Durante o evento, houve o lançamento da cartilha “Gestação, Parto e Puerpério - Conheça seus Direitos!” que contém orientações sobre os direitos da mulher e sobre a atuação das doulas. Elas serão disponibilizadas gratuitamente em unidades de saúde e no Núcleo de Defesa dos Direito da Mulher Vítima de Violência de Gênero (NUDEM) da DPRJ . Também foi lançado um canal de denúncias para mulheres que tenham sofrido algum tipo de violência obstétrica. As denúncias poderão ser realizadas pelo portal www.violenciaobstetricafale.com.br e serão encaminhadas para o NUDEM. Para Matilde Alonso o canal contribui para que medidas de prevenção possam ser desenvolvidas pela Defensoria.

- Esses relatos contribuem para que possamos entender melhor a realidade de mulheres que tenham sofrido violência obstétrica. A partir desses relatos iremos elaborar estratégias de combate e prevenção a esse tipo de violência. 

A cerimônia de assinatura do termo de cooperação aconteceu no auditório da Fundação Escola Superior da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro (Fesudeperj), na sede da Defensoria Pública, localizada na Avenida Marechal Câmara, 314.



VOLTAR