(Foto: Tomaz Silva / Agência Brasil)

 

O incêndio no Centro de Treinamento do Ninho do Urubu que vitimou 10 atletas de base, com idades entre 14 e 16 anos de idade, completa seis meses nesta quinta-feira (8) sem que a ação movida pela Defensoria Pública do Rio de Janeiro (DPRJ) para bloquear o dinheiro das indenizações das contas do Clube de Regatas do Flamengo tenha sido julgada. Movido no Juizado Especial do Torcedor e Grandes Eventos, em conjunto com o Ministério Público Estadual (MPRJ), o processo visa a garantir o pagamento das indenizações aos atletas sobreviventes e aos familiares dos adolescentes mortos na tragédia. 

Logo após o incêndio, a DPRJ liderou uma força tarefa, composta pelo MPRJ e o Ministério Público do Trabalho, para negociar o pagamento da reparação por danos morais aos familiares das vítimas. O objetivo da iniciativa era evitar o ajuizamento de ações de reparação, que podem durar anos na Justiça. Após 11 dias, as negociações foram encerradas pelo clube, sem acordo. 

No dia 22 daquele mesmo mês, a DPRJ e o MPRJ moveram a ação. A defensora Cintia Guedes, coordenadora Cível da Defensoria Pública e responsável pela força tarefa, explica que o processo está pendente da análise de um recurso do Flamengo para que o caso seja transferido para a Justiça Comum. 

Das 10 vítimas, a Defensoria representa a família de Samuel Thomas, lateral-direito. Segundo a defensora, estão sendo analisados os melhores meios jurídicos para se buscar a reparação da família. 

– Infelizmente a negligência da diretoria do Flamengo permitiu que 10 meninos fossem mortos, e nada irá diminuir a dor das famílias que perderam seus filhos. Mas a atitude dos representantes do clube, de barganharem os pagamentos das indenizações devidas, em um momento em que gastam milhões de reais com salários de jogadores, agrava a dor e a humilhação dos familiares.”



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