Caso aconteceu na quinta-feira (4)

 

A Defensoria Pública do Rio de Janeiro (DPRJ) vem a público manifestar seu total repúdio às ofensas machistas praticadas contra a defensora pública da Bahia Fernanda Nunes Morais, na última quinta-feira (4), quando se encontrava em pleno exercício de sua atividade funcional.

O caso ocorreu durante sessão do Tribunal do Júri no Fórum de Santana, que fica a 109 quilômetros da capital Salvador. Ao iniciar sua fala, o promotor Ariomar José Figueiredo da Silva saudou a defensora, a quem não conhecia, e disse para ela ficar calma porque a “primeira vez com um negão não dói”.

Ao comparar a atuação das duas instituições no júri - ou seja, Ministério Público e Defensoria Pública - a uma relação sexual, o promotor não só desrespeitou a profissional e mulher Fernanda, como também evidenciou o machismo ainda arraigado nos agentes públicos que têm o dever constitucional de combatê-lo.

O caso reforça a objetificação do corpo da mulher e, por isso, não deve ser tratado de forma isolada ou ser rotulado piada de mau gosto.

É tempo de a sociedade enxergar os rótulos que recaem sobre as mulheres. E isso exige de cada um de nós um posicionamento firme e definitivo, não só contra o machismo e a misoginia, mas também contra toda a estrutura desigual que submete mulheres à erotização de seus corpos.

Por meio desta nota, a Defensoria Pública do Rio de Janeiro manifesta sua solidariedade à defensora, que sofreu tal ofensa repugnante e inaceitável.



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