O defensor-geral, Rodrigo Pacheco, participou da reunião

 

A Defensoria Pública vai conduzir o processo de conciliação entre o Clube de Regatas do Flamengo e as famílias dos atletas vitimados pelo incêndio que destruiu o alojamento da equipe de base na última sexta-feira (8), deixando 10 adolescentes mortos. O anúncio foi feito na tarde desta segunda-feira (11) após reunião organizada pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ). Representantes de diversos órgãos públicos e a diretoria do clube participaram do encontro, que teve o objetivo de alinhar esforços para indenização imediata e apoio às famílias. Foi anunciada também a realização, na manhã desta terça-feira (12/02), de vistoria técnica no clube, visando à regularização das instalações do Ninho de Urubu, que pode ser parcial ou totalmente interditado.

“Nos últimos cinco anos, a Defensoria Pública acumulou grande experiência na intermediação de acordos relacionados a grandes tragédias, especialmente em acidentes relacionados a prestadoras de serviço e em casos de violência praticados pelo estado. É essa experiência que traremos agora na busca por uma solução rápida para as famílias desses adolescentes, visando assegurar um valor justo de indenização”, destacou o defensor público-geral Rodrigo Pacheco, durante a reunião. 

Além da Defensoria e do MPRJ, integram a força-tarefa o Ministério Público do Trabalho (MPT), a Polícia Civil, o Corpo de Bombeiros, a Defesa Civil e a Procuradoria Geral do Município do Rio. Também participaram da reunião desta segunda-feira o procurador-geral de Justiça, Eduardo Gussem; o procurador-chefe do Ministério Público do Trabalho (MPT), Fabio Villela; o secretário de Polícia Civil, delegado Marcus Vinicius Braga; o comandante geral do Corpo de Bombeiros, coronel Roberto Robadey; o assessor especial do governador Wilson Witzel, defensor Arnaldo Goldenberg; o procurador-geral do Município do Rio, Antônio Carlos Sá; e o auditor-fiscal do Trabalho, Alex Bolsas, além do presidente do Flamengo, Luiz Rodolfo Landim, outras autoridades, representantes do clube e membros do MPRJ.

“O principal objetivo deste encontro é estabelecer parâmetros de acolhimento para as famílias dos atletas vítimas deste episódio que, em sua maioria, vivem em condição de vulnerabilidade, e tinham nesses jovens promessas de esteio. As mortes desses meninos, reconhecidos como de talento diferenciado,  por certo, causam impacto não só em seus familiares, mas também nas comunidades em que residiam. O presidente do Clube de Regatas do Flamengo reiterou hoje seu compromisso de garantir todo o suporte. E nossas estruturas técnicas, na companhia de representantes de todas as instituições participantes da força-tarefa, farão amanhã ampla vistoria in loco,  para verificação de toda a estrutura do Ninho do Urubu”, afirmou Gussem.

 O PGJ destacou ainda a postura colaborativa assumida pelo presidente do Flamengo. “Luiz Rodolfo Landim se comprometeu a acolher todas as recomendações técnicas que serão feitas após essa vistoria, visando à adequação do espaço para sua reabertura, em total segurança e com os devidos laudos autorizando seu funcionamento. Essas questões são extremamente importantes, pois sinalizam para as famílias das vítimas, e para o conjunto da sociedade, todo o comprometimento dos órgãos públicos, e do próprio clube, para que o ocorrido seja de fato esclarecido, e que eventos como esse não se repitam”, pontuou.

 Eduardo Gussem afirmou que, desde a sexta-feira, estão suspensas atividades de acolhimento e pernoite de atletas no Centro de Treinamento rubro-negro. E que, independentemente do pagamento de indenizações às famílias e dos desdobramentos a partir da vistoria técnica, todas as questões nas esferas cível e criminal serão apuradas.

 O presidente do Flamengo falou dos compromissos assumidos. “Estamos na administração há pouco mais de 30 dias. Nosso objetivo é levar conforto às famílias, reduzindo ao máximo sua dor e sofrimento. Para isso, não temos economizado recursos, e arcamos com custos de passagens, diárias de hotel, atendimento hospitalar e psicológico. Conversei pessoalmente com os familiares. Tínhamos a guarda e, portanto, temos a responsabilidade sobre esses jovens. Nossa Justiça é demorada. Por isso, o intuito é indenizar, de forma justa, todas as famílias, e o quanto antes. Não vamos medir esforços e vamos colaborar com as autoridades para esclarecer o que ocorreu e fazer as adequações necessárias, até porque é preciso retomar o trabalho com os jovens, que ali recebem desde a formação educacional ao treinamento técnico, passando pela assistência médica e odontológica”, resumiu Luiz Rodolfo Landim.

Nova reunião está agendada para a manhã da próxima sexta-feira (15/02), na sede do MPRJ e novamente com a participação dos órgãos da força-tarefa e representantes da diretoria do Flamengo, para debate acerca das informações técnicas recolhidas na vistoria da terça-feira (12/02) e repasse das devidas recomendações ao clube.

*Com informações da Assessoria de Comunicação do MPRJ

Foto: Divulgação / MPRJ



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