Um minuto de silêncio pela morte de Marielle Franco

 

O defensor-geral do Estado, André Castro, empossou, nesta quinta-feira (15), os 55 aprovados para o ingresso na segunda turma do Programa de Residência Jurídica da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro (DPRJ). Em solenidade realizada sob grande comoção no auditório da Fundação Escola da Defensoria (Fesudeperj), ele pediu um minuto de silêncio pela morte da vereadora Marielle Franco para, só então, dar início às saudações de boas-vindas aos novos residentes.

Em seu discurso, Castro chamou a atenção para o momento de crise pelo qual passa o estado e para o impacto do problema na vida da população, lembrando que o assassinato da parlamentar também é um sinal dessa crise.

– O Estado do Rio de Janeiro atravessa um momento muito difícil em todos os aspectos e entre eles está a mais dura crise econômica da nossa história. Portanto, criar um programa novo, no meio dessa crise, exigiu sacrifício de todos nós e remanejamento de receitas de algumas áreas, mas temos certeza de que esse investimento tem sido muito positivo porque fortalece, justamente, a ponta da atividade da Defensoria Pública. Fortalece o atendimento àqueles que mais precisam. (...) E a crise que o estado atravessa não é só financeira: é política, é na área da Segurança e em vários aspectos – destacou André Castro, continuando:

– O bárbaro assassinato da vereadora Marielle Franco é um dos sinais da grave crise e não tenhamos dúvida: não é só o assassinato de uma destacada vereadora que atuava na área dos Direitos Humanos, é, sobretudo, o assassinato contra uma parlamentar no exercício da sua função e, portanto, um ato contra as instituições jurídicas e contra a democracia no nosso estado. A apuração desse caso deve ser feita da forma mais rápida e diligente possível porque os responsáveis devem ser presos – ressaltou.

O 1º subdefensor-geral do Estado, Denis Praça, também falou aos aprovados e destacou a importância do aprendizado a ser adquirido por eles a partir de agora.

– A Defensoria não é uma grande escola apenas porque ensina, mas porque sensibiliza. Tenho certeza que vocês verão no seio da Defensoria Pública casos que jamais imaginariam que fossem capazes de acontecer e essa experiência vai proporcionar uma sensibilização que, tenho certeza, vocês levarão para qualquer carreira que vierem a abraçar – observou.

Em sua segunda edição, o programa de Residência Jurídica da Defensoria Pública ofereceu 55 vagas para bacharéis em Direito e advogados, sendo 35 delas na Baixada Fluminense.

– Estamos aqui de braços abertos para receber vocês e esperamos que sintam-se acolhidos nessa nova casa. É muito bom saber que teremos a colaboração de vocês e essa é uma grande aquisição. Vamos fazer um trabalho muito bonito juntos, eu tenho certeza disso – destacou a coordenadora-geral de Estágio e Residência Jurídica da DPRJ, Maria de Fátima Dourado.

Também participaram da solenidade a diretora de capacitação do Centro de Estudos Jurídicos (Cejur), Adriana Britto; a diretora presidenta da Fesudeperj, Carolina Anastácio; e o coordenador geral do Interior e da Baixada Fluminense, Marcelo Leão.

Texto: Bruno Cunha



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