Luz, câmera e... ação social da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro! O servidor em foco desta edição é o Fernando que, amanhã (20), será publicamente homenageado. Ele vai receber uma moção de agradecimento da Câmara de Vereadores de São Gonçalo, pela participação em ações de cidadania realizadas naquele município. Fernando José Salles Monteiro de Barros (59) merece o reconhecimento. E não apenas da vereança são gonçalense. Também a nossa. Jornalista e relações públicas, participa ativamente das campanhas institucionais desde o seu começo, quase dez anos atrás. Para quem não sabe, foi dele a ideia da primeira ação social realizada pela DPRJ, em 2008, em comemoração ao Dia Nacional do Defensor e da Defensoria Pública. Se a instituição vai ter uma década de ações sociais para comemorar em maio de 2018, isso muito se deve ao trabalho do Fernando e sua equipe. 

Disposição e alegria no desempenho das funções são qualidades ressaltadas pela defensora pública Daniella Vitagliano no perfil do Fernando. A atual coordenadora das campanhas institucionais, que também receberá a moção de agradecimento na Câmara de Vereadores de São Gonçalo, declara: “Fernando é muito alegre, sempre positivo, nunca aparece de cara fechada. Faz o que faz porque gosta, porque se sente bem, porque se realiza”.

Profissional dinâmico, criativo e dedicado, Fernando coleciona elogios na sua ficha funcional. Garra, empenho, espírito público, presteza e seriedade são qualidades nele reconhecidas pelas defensoras Anik Albino Quintanilha e Valeria de Resende Garcia. Fernando divide os louros com quem trabalha ao seu lado. Porque, como diz, "sozinho ninguém faz nada". Na equipe, destaca o empenho do servidor Yuri Cohen: “Ele está na campanha desde o começo. É o meu braço direito", comenta.

A equipe da Campanha Institucional atualmente recebe cerca de trinta pedidos por mês para levar os serviços da Defensoria Pública a campanhas de promoção de cidadania. Os pedidos chegam das câmaras municipais, prefeituras, assembléia legislativa, escolas, associações de moradores, igrejas e organizações da sociedade civil. Fernando avalia as solicitações com a defensora que coordena a área e dá o retorno ao solicitante. É sua função ir aos locais onde as campanhas se realizarão para conhecer o espaço físico, conferir condições de atendimento, necessidade de material e mobiliário, entre outros itens no seu check list. Define-se como "precursor", aquele que chega na frente para garantir que tudo vai dar certo. "O defensor só precisa levar o carimbo e mais nada", brinca. 

Fernando gosta de conversar e tem muita história de ação social para contar. No período de uma década, a equipe da Campanha Institucional da Defensoria Pública esteve em 742 campanhas, somando um total de 150 mil atendimentos externos. O jornalista é um verdadeiro arquivo vivo das memórias das ações sociais da Defensoria. Como se tudo tivesse acontecido há bem pouco tempo conta, por exemplo, como foi desenvolvida a primeira ação social promovida pela DPRJ, quase dez anos atrás. 

"Depois de aprovada a realização do evento, em comemoração ao Dia Nacional do Defensor e da Defensoria Pública de 2008, partimos para definir o tema da ação. O tema surgiu de um exercício criativo da equipe da Ascom, com a participação da então diretora-geral da Defensoria, Andrea Sena", conta Fernando com viva memória.  Pela primeira vez uma iniciativa da instituição, a ação chamada "Cidadão tem nome e sobrenome", que aconteceu no saguão da Central do Brasil, colocava a comemoração pelo 19 de maio em sintonia com a assistência à população, a razão do existir institucional. "Até então nós participávamos de ações globais", rememora. 

"Cidadão tem nome e sobrenome":
a grande ação na Central do Brasil 

Tanto do ponto de vista estatístico quanto midiático, a primeira ação social da DPRJ está entre as maiores já promovidas por iniciativa institucional, segundo Fernando Barros. Mais de mil atendimentos foram realizados no dia 19 de maio de 2008 e o evento atraiu a cobertura de todos os meios de comunicação do estado. 

"Deu mídia desde o Bom Dia Rio até o Jornal Nacional, inclusive com os flashes ao vivo do Repórter Aéreo. O helicóptero da Rede Globo mostrava a nossa fila que ia até a Avenida Presidente Vargas. A emissora fez ainda um giro pelos estados e nenhum lugar chegou perto do que fizemos no Rio de Janeiro naquele ano", recorda-se o jornalista.

Uma Família que Forma Cidadãos

No ano seguinte, 2009, repetiu-se no Rio de Janeiro a ação social em comemoração ao Dia do Defensor Público e da Defensoria Pública. O desenvolvimento do tema "Uma Família que Forma Cidadãos" é um dos casos interessantes que Fernando contou ao Servidor em Foco. "Esse tema foi desenvolvido com base nas informações dadas pela defensora pública Leila Chididi, que atua até hoje no núcleo de família de São Gonçalo. Eu perguntei a ela se conhecia algum caso que chamasse a atenção e, assim, descobri uma família que vivia num lixão e que ia para a quarta geração  sem que ninguém tivesse certidão de nascimento. Fomos em busca dessa família. Identificamos neles os personagens ideais para representar o tema da campanha. Foram fotografados e  ilustraram os painéis dos stands. No dia do evento, que também aconteceu na Central do Brasil, todas as pessoas dessa família receberam o registro de nascimento". 

Trajetórias

Fernando Barros nasceu na cidade do Rio de Janeiro, no dia 16 de maio de 1958. Filho de Heber Antonio Teixeira Monteiro de Barros, cardiologista da Câmara dos Deputados; e de Therezinha de Jesus Abelha Salles de Barros, professora de música da UFRJ. Devido à transferência da capital federal para a região Centro-Oeste do país, aos dois anos de idade seguiu com a família para Brasília. Morou na Asa Sul “quando a W3 ainda era barro”, recorda-se. Graduou-se em jornalismo pela Universidade de Brasília (UNB).

Em 1984, aprovado no concurso da Rede Ferroviária Federal, voltou para o Rio de Janeiro. Devido a extinção da RFFSA, foi transferido por sucessão trabalhista para a Companhia Brasileira de Trens Urbanos e, em seguida, tornou-se assessor do diretor presidente da Central Logística, companhia estadual de engenharia de transportes. Após 20 anos no exercício ininterrupto do cargo, quis atuar na comunicação de um órgão diferente, preferencialmente na área jurídica. Desembarcou na Assessoria de Comunicação da Defensoria Pública em 2007, após solicitação de cessão feita pelo então subdefensor público-geral, Nilsomaro Rodrigues.   

Resolução DPGE 521/2009

Fernando desvinculou-se da Ascom em 2009, após a publicação da Resolução DPGE 521, que criou a Coordenação da Campanha Institucional de Fomento ao Acesso à Justiça “Cidadania, eu Defendo”. Conforme a  resolução determina, a equipe da coordenação deve contar com profissional de comunicação social e defensor público coordenador, dentre outros servidores auxiliares. Como jornalista e relações públicas, Fernando passou a concentrar-se na promoção das ações sociais, desligando-se das funções que acumulava na Assessoria de Comunicação Social. 

Foram coordenadoras da Campanha as defensoras públicas Garbriela Cherem, Andrea Sena, Maria de Fátima Dourado, Darci Burlandi, Ana Paula Amarante e Rafaela Ivo. 

Ações Sociais divulgam serviços da Defensoria Pública
 
Segundo Barros, as ações sociais ajudam a divulgar os serviços da Defensoria Pública. “No começo, poucos conheciam a instituição. Hoje em dia, as pessoas já levam os documentos básicos para a assistência”, diz. Realizadas em localidades de todo o estado, bairros, comunidades e ilhas, as ações oferecem orientação jurídica geral, emissão de documentos básicos, como certidão de nascimento, casamento e óbito. "E aquele cidadão que quiser se casar também pode comparecer para obter a gratuidade na habilitação para casamento. Tudo de graça", acrescenta Fernando com a propriedade de quem possui uma década de atuação na Campanha Institucional. 



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