Instituição também obteve na Justiça o relaxamento da prisão do jovem, que estava custodiado no Hospital Municipal Souza Aguiar

 

A Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro (DPRJ) cobra das instituições responsáveis uma investigação para o caso do mototaxista de 26 anos que, durante uma festa na madrugada de 30 de julho, foi baleado na cabeça em Santa Teresa e que, até o momento, não teve a ocorrência apurada. Em ofício enviado à Polícia Civil, à Corregedoria Interna da Polícia Militar, ao Ministério Público do Estado do Rio (MPRJ) e à Corregedoria Geral Unificada (CGU), esta última vinculada à secretaria estadual de Segurança, a instituição questiona o motivo pelo qual não foi dado andamento à apuração dos fatos.

Também foi enviado ofício à Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP) pedindo o afastamento dos policiais militares envolvidos na ocorrência, todos lotados na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) Coroa / Fallet / Fogueteiro, já que eles alegam ter encontrado o mototaxista caído no chão com uma pistola ao seu lado, versão que a família e os amigos negam.

– A Defensoria quer que o caso seja devidamente investigado assim como qualquer outro seria. Faz-se necessária uma investigação diligente e imparcial e na qual sejam asseguradas a segurança das testemunhas que vierem a depor para que depois não sofram nenhum tipo de represália. Estamos acompanhando tudo e queremos que sejam adotadas as medidas cabíveis necessárias ao esclarecimento do que realmente aconteceu – destaca o defensor público Daniel Lozoya, atuante no Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos da DPRJ (Nudedh).

Internado em estado na grave no CTI do Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro do Rio, o mototaxista estava sob custódia policial na unidade até a sexta-feira (11), quando a Defensoria Pública obteve o relaxamento da prisão junto à 33ª Vara Criminal do Rio.

– Não havia motivos para a manutenção da prisão porque é muito grande a fragilidade de indícios apontando para a possível veracidade das alegações dos PMs. Além disso, a liberdade do mototaxista não compromete a garantia da ordem pública e nem uma futura ação penal que possa vir a ser proposta – ressaltou o defensor público Gustavo Allemand da Costa, que atuou para o relaxamento da prisão junto à 33ª Vara Criminal.

Com a garantia da liberdade do mototaxista, fica também assegurado à família o direito à visitação no hospital.



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