As ações adotadas para o enfrentamento ao racismo em diversas instituições estiveram entre os principais pontos abordados no terceiro dia de aula do curso “Racismo Institucional e Sistema de Justiça” promovido, nesta sexta-feira (14), pela Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro (DPRJ) e parceiros. Coordenadora da organização de mulheres negras Criola, Lúcia Xavier conduziu o debate e apresentou elementos para a construção de diagnósticos e planos de ação dentro de organizações públicas e privadas.

–  Estamos identificando nas organizações a cultura adotada por elas em relação ao enfrentamento ao racismo institucional: se ela identifica sua existência, se criou programas, metas e ações voltadas ao tema e se conseguiu organizar um nível qualquer de institucionalidade para o enfrentamento, como, por exemplo, com a criação de uma coordenação, um grupo ou uma comissão – explicou Lúcia Xavier.

No encontro realizado na Fundação Escola Superior da Defensoria Pública (Fesudeperj), a também assistente social pela Escola de Serviço Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) falou sobre o conceito de racismo institucional e sobre como criar um ambiente favorável à implementação de políticas públicas.

–  O racismo não é sutil e nem velado, é operacionalizado pelas instituições. Se a instituição não explicita a sua posição em relação ao tema, ela autoriza o racismo –  disse Lucia Xavier na aula, cujo tema principal foi “Racismos, racismo: pessoal, interpessoal e institucional – conceitos, modo de realização e enfrentamento”.

Para a coordenadora do Núcleo Contra a Desigualdade Racial (Nucora) e do Núcleo de Defesa da Diversidade Sexual e Direitos Homoafetivos (Nudiversis) da DPRJ, Lívia Casseres, as instituições ainda não reconhecem a existência do racismo em seu cotidiano.

–  Respondendo às perguntas formuladas na aula, a maioria dos alunos percebeu que nas suas instituições não existe o reconhecimento de que há o racismo institucional, de que não existe uma política de enfrentamento e nem a comunicação dessa política para os usuários e para os próprios membros da instituição - destacou Lívia Casseres.

Texto: Bruno Cunha

Foto: Erick Magalhães



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