A Defensoria Pública realizou na última quarta-feira, 23, o webinar “Desafios da Convivência em Tempos de Pandemia”. O evento, que foi transmitido pelo canal da DPRJ no Youtube, teve por objetivo criar espaço para aprofundar o tema e ressaltar a importância da qualidade do diálogo para a convivência.

— Nesse período de pandemia, nós passamos por uma grande transformação do nosso trabalho. Tínhamos o atendimento 100% presencial e, em poucos dias, em razão do isolamento, nós fomos levados a criar a alternativa do atendimento remoto e das mediações online. Além de trabalharmos com a questão do conflito pelo diálogo, tivemos que lidar e aprender formas diferentes de convivência. Nesse momento, percebemos que seria importante falar e ter esse olhar para a convivência, todos nós em alguma medida tivemos que enfrentar desafios — destacou a coordenadora de Mediação e Práticas Extrajudiciais, Christiane Serra.

A doutora em Direito (UFMG) e professora da PUC Minas Mayara Carvalho, que também participou do webinar, destacou a importância de um evento como este:   
 
— Esse tema é de extrema relevância, mas que muitas vezes, ao mesmo tempo, pode passar batido numa instituição como a Defensoria. Não porque ele não seja importante, mas porque ele faz a gente ter que parar e olhar para o momento presente, o que é muito difícil — disse Mayara Carvalho.  

A subcoordenadora de Mediação e Práticas Extrajudiciais da Defensoria Julia Luz lembrou que cada um deve descobrir a melhor maneira de conviver com o outro nesse momento tão difícil.

— As incertezas causam medo e angústia. Além disso, temos que descobrir como é conviver nessa situação tão difícil. A comunicação não violenta trás para mim um ensinamento muito transformador para a convivência — enfatizou subcoordenadora de Mediação e Práticas Extrajudiciais, Julia Luz.

Os desafios de trabalhar com mediação permearam o evento. A mediadora de conflitos da DPRJ Cecília Alves afirmou que é preciso quebrar paradigmas, mesmo dentro da Defensoria, para dar autonomia aos assistidos.

— Na mediação, tentamos trabalhar com o empoderamento dos nossos assistidos e isso é um grande desafio em razão das desigualdades. Em Duque de Caxias, por exemplo, a distribuição de renda é muito ruim. Ao mesmo tempo que há pessoas com grau de educação elevado e acesso a bens de consumo, também tem uma população que vive em condições muito precárias, o que constitui o perfil do nosso assistido típico — ilustrou a mediadora de conflitos da DPRJ Cecília Alves.



VOLTAR